domingo, 8 de maio de 2011

Sonhador



Não se tratava de deficit de atenção ou inteligência – pois conseguia se concentrar quando necessário e também obtinha boas notas na escola. Mas se desligava da realidade com frequência para embarcar em mundos fictícios. Na maioria das vezes não se tratava de pensamentos construtivos, mas sis caminhos extensos de associações livres onde pouco sentia e apenas pensava. Segundos se transformavam em minutos e os minutos passavam como folhas que caem despercebidas das árvores. Enquanto submerso no oceano das ideias, se fazia omisso a tudo que acontecia a seu redor. Mantinha um olhar fixo porem sem foco para alguma direcção qualquer e permanecia nessa conjuntura até ser despertado por alguma interferência externa.

Normalmente o tédio de uma vida monótona incita a imaginação a fantasiar sobre pessoas, lugares, e contas bancárias a fim de 
proporcionar vidas alternativas mais atraentes. Mas esse não era o caso do sujeito em questão. Ele era simplesmente um sonhador por natureza.